quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

SOU FORASTEIRO AQUI

“Todos estes morreram na fé, sem terem alcançado as promessas; mas tendo-as visto e saudado, de longe, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra. Ora, os que tais coisas dizem, mostram que estão buscando uma pátria. E se, na verdade, se lembrassem daquela donde haviam saído, teriam oportunidade de voltar. Mas agora desejam uma pátria melhor, isto é, a celestial. Pelo que também Deus não se envergonha deles, de ser chamado seu Deus, porque já lhes preparou uma cidade.” Hebreus 11:13-16

Uma lembrança que trago da minha infância é que a casa constantemente vivia cheia de parentes vindos de outros Estados e outras Cidades, sem contar dos amigos da igreja que, muitas vezes, depois da Escola Dominical, iam reunir se a volta da mesa para trocarmos idéias e aproveitarmos dos quitutes de dona Alcicleide (minha mãe).

Você deve estar achando estranho eu falar disso quando o hino que trato hoje fala de ser forasteiro mas, vamos fazer algumas considerações:

1 – “Não vos esqueçais da hospitalidade, porque por ela alguns, não o sabendo, hospedaram anjos.” Hebreus 13:2;

2 - Todos os que viajam muito querem ser bem acolhidos, mas o momento do retorno é que é o bom da viajem;

3 - este é o primeiro dos hinos que escrevo a história que não encontrei mais que uma pequena biografia de seus autores.

A diplomacia é a arte de conduzir um negocio ou relação com um determinado Estado estrangeiro ou sujeito ao direito internacional.

Embaixador é o diplomata de mais alto nível aceito por um Estado estrangeiro para chefiar uma Missão diplomática, eles falam e agem em nome de seus países, tem privilégios e imunidades, devendo agir segundo as normas convencionadas internacionalmente.

Este hino foi a inspiração para a criação dos Embaixadores do Rei, grupo de rapazes da Igreja Batista chamados à missão de Evangelização.

Seus autores:

Flora Hamilton Cassel

Nasceu em 21 de agosto de 1852, na cidade de Ottorville no estado de Illinois e faleceu em 17 de novembro de 1911, na cidade de Denver no estado do Colorado em um acidente automobilístico.

A maior parte da sua infância, foi passada na cidade de Whitehall, estado do Illinois, onde seu pai esra pastor da Igreja Batista. Ela era musica desde a infância e cantava e fazia seu próprio acompanhamento.

Aos 16 anos,foi morar no Brooklyn, Nova York com a mãe e a irmã, quando finalmente foi para o Instituto de Maplewood em Pttsfield, Massachusetts, para estudar piano, harmonia e coposição com o Dr. BC Blodgett, e da voz do professor JI Lalor. Ela se formou em 1873. Casou se com E. Taylor Cassel e continuou a docência universitéria por alguns anos até se mudar para Nebraska.

Em Nebraska criou a Mulher Cristã União e Temperança (WCTU). Seu livro de musica White Ribbon Vibrations, foi publicado em 1890. Sua primeira musica, “A Volta ao Mundo!, era uma das favoritas de Emma Willard. Suas canções começaram então, a serem publicadas.

Foi para Denver onde a família comprara uma fazenda e lá viveu até que o Senhor a levasse.

Elijah Taylor Cassel

Nasceu em 27 de novembro de 1849, No estado de Indiana e faleceu a 3 de julho de 1930 em South Gate, na Califórnia.

Foi educado para ser médico e chegou a clinicar em Nebraska, até ser chamado para o Ministério sendo ordenado em 1910 em Denver, Colorado. Pastoreou a Igreja Batista Betal em Denver (1911 à 1917) e da First Baptist Churc, Fort Morgan, Colorado (1919 à 1921).

“Rei meu e Deus meu” é essa parte do versículo 3 do Salmo 84 era a mais amada por ele.

H.E. 427 SOU FORASTEIRO AQUI


Sou forasteiro aqui,
Em terra estranha estou,
O céu já antevi,
Possuí lo enfim eu vou;
Embaixador, por Deus,
Do reino lá dos Céus,
Venho em serviço do meu Rei.

CORO:
Eis a mensagem que nos deu,
Que os anjos cantam lá nos Céus:
Diz o Senhor, Rei meu,
“Reconciliai-vos já, com Deus!”

É ordem do meu Deus,
Por Cristo e seu amor,
Que saiam já os seus
Do laço sedutor;
E quem obedecer,
No Reino vai viver
Venho em serviço do meu Rei.

Mais belo que um rosal,
O lar celeste tem
A benção imortal,
O gozo eterno, além.
No Céu tem galardão
Quem frui a redenção;
Venho em serviço do meu Rei.



quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

CASTELO FORTE



Letra e Música: Martinho Lutero (1483-1546)
Em Abril de 1521, Martinho Lutero declarou diante o tribunal de Worms: "Não posso fazer de outro modo. Mantenho o que escrevi. Que Deus me ajude." Suas Noventa e Cinco Teses afixadas à porta da igreja em Winttenburg em 31 de outubro de 1517 iniciaram a maior revolução na história da Igreja Cristã: a Reforma Protestante.
Pregara e publicara com ousadia sobre os abusos, erros e pecados da igreja romana. Por estas e outras razões o Papa e outros líderes da igreja Católica queriam a sua morte. Lutero continuou vivo porque seu amigo, o Eleitor da Saxônia, Frederico Sábio, instrumento nas mãos de Deus, o manteve no seu castelo de Wartburg.
Outros reformadores antecederam Lutero. João Huss e seus seguidores, morávios sem número, muitos anabatistas, valdenses e lombardos pagaram o preço máximo por sua fé. Mas Deus salvou a vida de Lutero para que traduzisse a Bíblia do hebraico e grego para a língua alemã. Esta obra levou treze anos!
Em Wartburg, também pode preparar outros meios para seu povo poder ser salvo em Cristo. Precisavam de cultos em alemão para sua compreensão. Precisavam cantar a sua fé e louvar a Deus na sua própria língua. Como muitos do seu povo, Lutero, a quem Hans Sachs chamou de "O Rouxinol de Winttenberg", amava muito a música. Tocava o alaúde e a flauta com perfeição. Os hinos de João Huss e seus seguidores foram traduzidos para o alemão.
Sem dúvida, Lutero possuíra o hinário dos morávios, Ein Neu Gesengbuchlein, editado por Michael Weiss, em 1531. Presenciara o martírio dos anabatistas. Ouvira sues poderosos hinos ao seu Pai e Salvador. Cria, como eles, que o cântico do culto não devia ser dado somente ao clero, mas pertencia também à congregação. Para esse fim, precisavam de coletâneas de hinos congregacionais e corais no seu próprio idioma.
Lutero escreveu em 1524: Desejava, seguindo o exemplo dos profetas e anciãos da igreja, dar salmos alemães ao povo, quer dizer, hinos sacros, para que a palavra de Deus pudesse habitar entre o povo por meio do canto também. Para isso, procurou outros músicos idôneos para se unirem a ele para providenciar esses hinos congregacionais.
Com o mui hábil músico Johann Walther, em 1524, publicou o primeiro de muitos hinários: Geistlich Gesang Buchlein. No prefácio deste hinário, Lutero escreveu:
" Que o cantar de cânticos espirituais é uma coisa boa e agradável a Deus, creio eu, não é escondido de qualquer irmão. . . [Isto] tem sido conhecido por todos e pela cristandade universal desde o começo. Pois São Paulo também afirma isto em I Coríntios 14, e ordena aos Colossenses que cantem salmos e cânticos espirituais ao Senhor nos seus corações, para que a Palavra de Deus e o ensino de Cristo sejam assim espalhados por toda a terra e praticados de toda a maneira. Assim, como um bom começo e para encorajar aqueles que possam fazer melhor, eu e outros temos ajuntado certos cânticos espirituais com o intuito de espalhar e dinamizar o Santo Evangelho que agora, pela graça de Deus, emergiu de novo para que possamos nos gloriar, que Cristo é a nossa Fortaleza e Cântico, e que não conheçamos outra coisa para cantar ou dizer senão Jesus Cristo nosso Salvador, como Paulo diz em I Coríntios 2. "
Para este hinário, Lutero empregou muitos hinos e salmos existentes. Adaptou músicas das missas, para que expressassem fé Bíblica. Aproveitou das melodias folclóricas do seu povo, com requisito que fossem apropriadas para cultuar a Deus e que não tivessem associados com letras lascivas.
Lutero disse "Não pretendo deixar para o Diabo as melhores melodias!" Seu bom gosto, sua musicalidade, seu estudo cuidadoso da Palavra e a sua fé lhe deram idoneidade na escolha da música apropriada para o culto. Calvino, porém, ensinou que a música do culto devia se limitar aos Salmos. Outros extremistas diziam que a música, que criam ser de Satanás, não devia ser usada nos cultos de forma nenhuma. Para esses, Lutero replicou:
"Não sou da opinião de que, pelo evangelho, todas as artes devessem ser banidas e lançados fora, como alguns fanáticos querem que creiamos. Quero ver todas as artes, principalmente a música, no serviço daquele que as criou e no-las deu. A música é a bela e gloriosa dádiva de Deus. . . A música transforma os homens em pessoas mais gentis, mais auto-controladas e mais razoáveis."
De grandes ameaças e sofrimentos nascem os nossos melhores hinos. O primeiro hino de Lutero, consagrado a dois frades martirizados, intitulou-se O Cântico dos Dois Mártires de Cristo em Bruxelas, Queimados pelos Sofistas de Louvain. Seu hino inigualável, Castelo Forte, foi escrito "na hora mais escura na história deste movimento".
Perseguições da parte do Imperador Carlos V ameaçavam a existência dos chamados "Protestantes". Lutero mesmo sofria ameaças de morte à toda hora. Sofria fisicamente, também. Quando foi acometido pela "praga" que ceifou muitos dos seus irmãos na fé, deu as suas despedidas à sua família. De novo, Céus tinha outro plano para Martinho Lutero.
Este hino, escrito em 1529, em Coburg, foi o chamado à batalha de Lutero. James Moffatt chamou-o de "o maior hino, do maior homem, do maior período da história da Alemanha". Foi cantando com emoção e sinceridade ao longo desses quase quatro séculos, em milhares de línguas. Define até onde podemos confiar em nosso Castelo Forte, nosso Escudo e Boa Espada. Mostra, também , quem é o nosso inimigo;o Tentador, com seus demônios, contra os quais em nós mesmos não há força para resistirmos. Mas, Cristo o venceu na cruz. Quem nos defende é o Senhor dos altos céus, o próprio Deus. O grande acusador cairá com UMA SÓ PALAVRA!
John Julian, no seu Dicionário de Hinologia declara: "Lutero é o Ambrósio da hinologia alemã. Ele é o primeiro hinista evangélico. A Lutero pertence o mérito extraordinário de ter dado ao povo germânico no seu próprio idioma, a Bíblia, a Catequese e o hinário, para que Deus pudesse falar com eles diretamente pela sua palavra e que eles pudessem responder a Ele nos seus cânticos!"
Seus hinos são caracterizados por simplicidade e força, e um tom considerado ‘tom da igreja’ pelo povo comum. Sopram o espírito de ousadia, confiança, com a alegre fé dos justificados, que era o coração que batia na sua teologia e piedade. Ele tinha a extraordinária habilidade de expressar profundos pensamentos em palavras bem claras. Nesta característica ninguém o sobrepujou. Esse foi o segredo do seu poder. Ele nunca deixou a o leitor uma dúvida quanto a o que ele quis dizer. Entregou a verdade bem no coração do povo comum. Como o afamado Ruy Barbosa, sempre usou a palavra certa no lugar certo. Ele nunca perderá seu domínio sobre o povo da fala germânica.
Seus hinos, além da Bíblia alemã provaram ser os missionários mais eficazes das doutrinas e piedade evangélicas. Lutero ainda precisando de novos salmos e hinos, escreveu para Spalatinem 1523:
"É meu plano. . . escrever salmos no vernáculo para o povo. . . Procuramos em todos os lugares por poetas. . . Mas desejo que expressões "da moda e da Corte"sejam evitadas e que as palavras possam todas ser muito simples e comuns para que o povo comum possa compreender, entretanto manejadas com arte e pureza".
Um artigo em 1935 do jornal O Estado de São Paulo sobre o assunto musical, dizia o seguinte: "Cabe a Martinho Lutero realmente a celebridade de popularizar o Lied eclesiástico. Ele, o fixador da língua alemã. . . não se contentou em traduzir a Bíblia para o alemão, mas utilizou-se da musicalidade alemã acordada pelos Mestres Cantores e fez cantar em alemão na sua igreja os salmos e outros textos litúrgicos. Ele mesmo atuou como compositor e em 1524 aparecia em Choralbuch, cujas melodias em grande parte são obra de Lutero. A simplicidade, a interioridade de sues Lieder religiosos são incomparáveis. Muitos outros de seus Lieder. . . são cantados ainda hoje".
Lutero "havia dado mais do que nenhum outro dera jamais ao seu povo - a língua, a Bíblia, a hinologia. ", escreveu Bill Ichter, no primeiro volume da revista Louvor, em 1980.
Este hino conhecido como "A Marselhesa da Reforma", conserva até hoje o seu poder e poderíamos usá-lo ainda em outro conflito semelhante. . . Há pelo menos 53 traduções em inglês, merecendo todos os destaques no Dicionário de Hinologia de John Julian. . . "Sua melodia, de acordo com McCutchan, é excelente em todos os sentidos. É empolgante e tem dignidade, unidade e autoridade raramente igualadas".
Basta dizer que são muitos os compositores que têm usado trechos desta melodia em suas obras. Ente eles, podemos citar J. S. Bach, Wagner, Mendelssohn, e Meyerbeer. Julian registra nove principais hinários que Lutero publicou para as igrejas alemãs. Sua lista também inclui onze traduções do latim, quatro hinos populares da Pré Reforma revisados por Lutero, sete Versões dos Salmos, seis paráfrases de outras porções das Escrituras, bom como oito hinos basicamente originais, além de algumas músicas corais adaptadas de textos católicos – o total de tinta e oito. Este autor descobriu trinta e dois hinos de Lutero em hinários brasileiros. Naturalmente, devem existir mais.
A biografia de Martinho Lutero aparece em muitos bons livros e artigos. O autor recomenda sua leitura, para o leitor ter uma boa de quem era, por fim, esse grande homem e como Deus o preparou e usou na história da igreja e do mundo, além da história da hinologia.
Bibliografia: Julian, John, A Dictionary of Hymnology, Revised Edition, Vol. 1, New York, N. Y. , Dover Publications, 1957, p. 704-705.
H.E. 206
Castelo Forte é o nosso DEUS,
Espada e bom escudo;
Com seu poder defende os seus,
Em todo transe agudo.
Com fúria pertinaz
Persegue Satanás,
Com animo cruel;
Astuto e mui Rebel,
Igual não há na Terra.


A força do homem nada faz,
Sozinho está perdido;
Mas nosso DEUS socorro traz,
Em seu Filho escolhido,
Sabeis quem é? Jesus,
O que venceu na cruz,
Senhor dos altos céus,
E, sendo o próprio DEUS,
Triunfa na batalha.


Se nos quisessem devorar
Demônios não contados,
Não poderiam dominar,
Nem ver nos assustados.
O príncipe do mal,
Com seu plano infernal,
Já condenado está;
Vencido cairá
Por uma só palavra.


De Deus o verbo ficará,
Sabemos com certeza
E nada nos perturbará,
Com Cristo por defesa.
Se temos de perder,
Família, bens, prazer,
Se tudo se acabar
E a morte nos chegar
Com Ele reinaremos!




terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

SOSSEGAI!


Mary Ann Baker, a autora deste lindo hino nasceu em 16 de setembro de 1831. A tuberculose ceifou a vida dos seus pais e deixou-a órfã em tenra idade. Moravam em Chicago com a irmã e o irmão. Esse, um moço de excepcionais qualidades de caráter, começou a sofrer efeitos desta terrível doença. Das suas escassas economias, as duas irmãs conseguiram recursos para que ele viajasse à Flórida, na esperança de que no clima mais ameno começasse a melhoria. Não lhes foi possível acompanha lo. Tudo em vão. Em poucas semanas o mal se agravou e o rapaz faleceu, longe do aconchego da família. Não havia dinheiro para as irmãs irem ao seu enterro, nem para transportar o seu corpo para Chicago. Mary escreveu sobre esta experiência assoladora:

"Embora nosso choro não fosse 'como outros que não têm esperança' e embora tivesse crido em Cristo desde menina e desejasse sempre viver uma vida consagrada e obediente, tornei me terrivelmente rebelde a esse desígnio da divina providência. Disse no meu coração que Deus não amava a mim, nem aos meus. Mas a própria voz do meu Mestre veio aclamar a tempestade no meu coração rebelde e me trouxe a calma de uma fé mais profunda e uma confiança mais perfeita."

Foi logo depois desta maçante experiência que o Dr. Horatio Palmer solicitou a Mary Ann o preparo de um grupo de hinos sobre os assuntos das lições da Escola Bíblica da sua igreja Batista. "Um dos temas era Cristo Acalmando a Tempestade. Esta lição expressou tão vividamente a minha experiência, que este hino foi o resultado"

Nas palavras da inigualável hinóloga Henriqueta "Rosinha" Braga, a experiência de Mary Ann não apenas permitiu lhe narrar com felicidade a passagem bíblica; mais do que isto, capacitou a à expressar a profunda fé na atuação do Mestre, quando estamos prestes a submergir nas dificuldades, tristezas e impasses em que a vida nos enreda.

Imediatamente, o próprio Dr. Palmer escreveu a música para o hino, que tem beneficiado a muitos com a sua mensagem de fé. Publicou-o na sua coletânea Songs of Love for the Bible School (Cânticos de Amor para a Escola Bíblica), em 1874.

Depois disto, Mary Ann se empenhou de corpo e alma à União de Mulheres Cristãs Pela Temperança. Neste ministério teve oportunidade de observar, bem de perto, o sofrimento de irmãs, esposas e mães de alcoólatras cujas vidas naufragaram pelo degradante vício de beber. Depois de chorar com muitas destas mulheres ao lado da sepultura destes seus entes queridos, ela testificou: "Tenho chegado a sentir gratidão pelas doces memórias do meu irmão. O caminho de Deus é o melhor".

Ao saber que seu hino também estava sendo uma grande benção em outros países. Mary Ann Baker disse: "Me surpreende muito que este humilde hino tenha atravessado os mares e sido cantado em terras bem distantes para a honra do nome do meu Salvador".

Este hino logo foi incluído em outras coletâneas, Nos Estados Unidos, tornou se tão amado que, em 1881, quando o Presidente Garfield foi baleado, ficou ente a vida e a morte, e finalmente morreu, este hino foi usado repetidamente em cultos em sua homenagem. Foi neste ano que a autora também faleceu.

Sankey incluiu este hino em Sacred Songs and Solos (Cânticos e Solos Sacros-1881), que o difundiu ao redor do mundo. Provavelmente foi deste hinário que o saudoso missionário William Edwin Entzminger o traduziu para o português em 1903 e o incluiu no Cantor Cristão. Esta bela tradução, muito fiel à letra original, fez com que o hino se tornasse um dos favoritos dos evangélicos brasileiros, também incluído em outros hinários, como nosso Hinário Evangélico.



SOSSEGAI!

1. Ó Mestre, o mar se revolta,

As ondas nos dão pavor!

O céu se reveste de trevas,

Não temos um salvador!

Não se Te dá que morramos?

Podes assim dormir?

Se a cada momento nos vemos

Já prestes a submergir!


CORO:

"À minha palavra obedecerão:

Sossegai!

O vento em fúria, o rijo mar,

Ou a ira dos homens, o gênio do mal,

Jamais poderão a nau tragar,

Que leva o Dono da terra e Céus!

Pois todos tem de obedecer:

Sossegai! Sossegai!

Por que haveríeis vós de temer?

Sossegai!"


2. Mestre, mui grande tristeza

Me quer hoje consumir;

A dor que perturba minh'alma, ?

Vem Mestre, me acudir!

De ondas do mal tão medonhas

Como me livrarei?

Só tu podes salvar me, ó Mestre

Vem, pois, meu Senhor, meu Rei!


3. Mestre, chegou a bonança,

Em paz eis o céu e o mar!

O meu coração goza calma

Que não poderá findar.

Detém te comigo, ó Mestre,

Excelso dom do Céu,

E assim chegarei bem seguro

Ao porto, destino meu!




segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

BENDITA A HORA DE ORAÇÃO

Letra: William W. Walfor

Música: William B. Bradbury

Este hino tem se tornado popular em todas as reuniões de oração que se fazem nas igrejas evangélicas. Suas palavras fazem nos aproximar ainda mais do Senhor que é o Doador de toda a força e consolação no meio das aflições.

As suas palavras fazem-nos recordar que o Senhor Jesus também passou por experiências semelhantes às nossas e que recorreu, muitas vezes, a esse recurso extraordinário, que é a oração. Lemos que inúmeras vezes Ele se retirou do meio da multidão para um lugar à parte ou no deserto, para ali Se entregar à oração. (Mateus 14.23; 26.36; Marcos 1.35; 6.46; Lucas 6.12; 9.28).

E somos confortados quando nos lembramos de que o apóstolo Paulo nos exorta, dizendo: "Não andeis ansiosas de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas diante de Deus as vossas petições pela oração e pela súplica, com ações de graças" (Filipenses 4.6).

Mas o mais interessante neste hino é que foi ditado por um servo de Deus, um ministro do Evangelho, que era cego! - o Sr. William W. Walford, nascido na Inglaterra. Ele ditou as palavras ao seu colega, o Sr. Thomas Salmon, também pastor de uma Igreja Congregacional, no ano de 1842. Este mandou publicar a letra do hino num periódico, a 13 de Setembro de 1845.

Conta-se que o Sr. Walford era um homem que não possuía grande formação cultural mas que era muito inteligente, e tinha uma memória extraordinária. Diz-se, até, que quando pregava sempre escolhia bem os textos bíblicos e citava os de cor com muita precisão.

Raramente errava na repetição dos Salmos ou nas citações de qualquer parte das Escrituras, quer do Velho quer do Novo Testamento. Conhecia tão bem os fatos bíblicos que ganhou a fama de saber a Bíblia inteira de cor.

Com o decorrer dos tempos o hino foi traduzido em outras línguas e, em português temos, com algumas alterações, no "Aleluias", a tradução da Sra. Sara P. Kalley; no "Hinário Evangélico" (91 ), a do Sr. T. R. Teixeira e em "Hinos e Cânticos" (287).

A música, muito apropriada para as palavras, é de autoria do Sr. William B. Bradbury (1816-1868) que a compôs em 1859. O Sr. Bradbury tornou se muito conhecido, também, como fabricante de pianos e outros instrumentos musicais.

“O valor da oração não consiste em pedir, mas, sim, naquela sublime experiência que está ao alcance de qualquer alma - a comunhão com Deus.” (Harry Emerson Fosdick)

“Tenho sempre tanta coisa para fazer, mas só posso desobrigar-me dessas árduas tarefas após prolongado período de oração.” (John Wesley)

“Um cristão de joelhos vê mais que um filósofo na ponta dos pés” (Toplady).





BENDITA A HORA DE ORAÇÃO

Bendita a hora de oração,
Que acalma o aflito coração,
Que leva ao trono de Jesus
Os rogos para auxílio e luz!
Em tempos de cuidado e dor
Refúgio tenho em meu Senhor;
Vencendo o ardil e a tentação,
Bendigo a hora de oração.

Bendita a hora de oração,
Quando em fervente petição
Sobe ao benigno Salvador,
Que atende à voz do meu clamor!
Jesus me ordena recorrer
Ao seu amor, ao seu poder;
Contente e sem perturbação
Eu busco a hora de oração.

Bendita a hora de oração
De santa paz e comunhão!
Desejo, enquanto aqui me achar,
Com fé constante, humilde orar;
E enfim no resplendo de Deus
Na glória dos mais altos céus,
Lembrar me ei com gratidão
Das horas suaves de oração.




sábado, 20 de fevereiro de 2010

MARAVILHOSA GRAÇA

Desde muito menino eu gosto de ouvir um coral cantar melodiosamente e, dos cânticos corais que eu me recordo com muito carinho está este. Meu tio paterno, João Batista Ferreira, regia o Coral da Igreja Metodista Wesley, no Bairro da Figueira, em Campo Grande, onde alguns irmãos, muito dedicados à obra do Senhor, entoavam este maravilhoso hino e nos elevavam à presença de Deus.
Não posso citar os nomes dos coristas, não seria justo esquecer alguém, em especial daqueles que já gozam das canções celestiais.
MARAVILHOSA GRAÇA
Este triunfante hino de gratidão a Cristo por sua maravilhosa graça foi escrito, letra e música, pelo conhecido hinista e publicador, Haldor Lillenas, em 1918, em Auburn, Illinois, EUA. Faz parte de uma grande quantidade de música que Lillenas escreveu para o evangelista cantor, Charles M. Alexander. Lillenas deixou este relatório sobre o hino: "Em 1917, a senhora Lillenas e eu construímos nosso primeiro pequeno lar na cidade de Olivet, Estado de Illinois. A completá-lo, havia pouco dinheiro para mobiliá-lo. Sem piano naquele tempo, eu precisava de algum instrumento. Consegui comprar um velho e asmático harmônio de um vizinho por $ 5,00. Foi neste instrumento que vários dos meus melhores hinos foram escritos, inclusive 'Maravilhosa Graça' ". Apresentado pelo evangelista Homer Hammontree, numa conferência bíblica do mesmo ano, este hino foi publicado no hinário Tabernacle Choir (Coro do Tabernáculo), em 1922. Por incrível que pareça, Lillenas vendeu os direitos desta música por cinco dólares! Haldor Lillenas nasceu na Ilha Tord, perto de Bergen, na linda região dos fiordes da Noruega, em 19 de novembro de 1885. Emigrando com sua família para os Estados Unidos ainda criança, morou no Estado de Dakota do Sul por dois anos. Depois, a família se estabeleceu em Astória, Estado de Oregon. Lillenas foi confirmado na Igreja Luterana aos quinze anos, mas converteu-se sob o ministério da Missão Peniel. Sentiu a chamada de Deus para o ministério e estudou na faculdade de Deet, em Los Angeles (hoje, Faculdade de Loma Linda, na cidade do mesmo nome na Califórnia). Lillenas casou-se com Bherta Mae Wilson, também uma hinista. Ambos foram líderes da Igreja do Nazareno. Continuaram estudos em harmonia, contraponto e composição na Escola de Música Siegel-Myers em Chicago, Estado de Illinois. Viajou como evangelista de 1912 a 1914, e depois, pastoreou igrejas em Califórnia, Illinois, Texas e Indiana. Durante estes anos, forneceu hinos e música para coros para muitos evangelistas da época, inclusive Alexander e Hammontree. Em 1924, Lillenas fundou a Companhia de Música Lillenas em Indianápolis, Estado de Indiana. A empresa foi comprada pela publicadora da Igreja do Nazareno em 1930, mas Lillenas continuou como editor musical por 20 anos. Este talentoso servo de Deus escreveu mais de 4.000 hinos e peças corais (letra e música), alguns dos quais são conhecidos no Brasil. Foi-lhe conferido o Doutorado em Música (honoris causa), da Faculdade Nazarena Olivet, em Kankakee, Estado de Illinois. Wonderful Grace (Maravilhosa Graça), o nome da melodia, vem das primeiras palavras do título, tema do hino. Harold Lillenas queixou-se que geralmente, o hino é cantado ligeiro demais, "Um hino deve ser cantado duma maneira que as palavras possam ser pronunciadas sem pressa demasiada", disse ele. A dotada missionária Alyne Guynes Muirhead traduziu este hino para sua coletânea Antemas Celestes (1956). O seu uso se alastrou por todo o Brasil com grande entusiasmo. Foi a primeira entre cinco coletâneas publicadas pela Casa Publicadora Batista, hoje JUERP, preparadas por ela. Bibliografia: Osbeck, Kenneth W, 101 More Hymn Stories, Grand Rapids, MI, Kregel Publications, 1985, p. 314.


MARAVILHOSA GRAÇA

1.Maravilhosa graça! Maior que o meu pecar!
Como poder cantá la? Como hei de começar?
Pois alivia minha alma, e vivo em toda a calma,
Pela maravilhosa graça de Jesus!

CORO
Graça! Quão maravilhosa graça de Jesus!
Alta como o firmamento, é sem fim!
É maravilhosa, é tão grandiosa,
É suficiente para mim!
É maior que a minha vida inútil,
Bem maior que o meu pecado vil.
O nome de Jesus engrandecei
E Glórias dar!

2. Maravilhosa graça! Traz vida perenal!
Por ela perdoado, vou à mansão real.
Sou livre do pecado, gozo de Deus amado.
Pela maravilhosa graça de Jesus!

3. Maravilhosa graça! Quão ricas bênçãos traz!
O seu poder transforma o pecador falaz.
Sou salvo de verdade, por toda a eternidade,
Pela maravilhosa graça de Jesus!


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Mais Perto Quero Estar

Quem de nós nunca enfrentou situações de se sentir perseguido e vigiado em momentos em que a solidão, por mais pessoas que estivessem a nossa volta, tomasse conta do nosso coração.
Acho que em uma situação assim estava Jacó lá no capítulo 28 de Gênesis, quando, achando que seu irmão o procurava matar, se entregou a um sono, tão forte e profundo, que bastou lhe uma pedra para servir de travesseiro.
Tenho a impressão que a autora deste hino também se sentia assim, sozinha e isolada num mundo machista onde as mulheres, com muita dificuldade começava a ter voz, inda que muitas vezes interpretada por homens ou usando pseudônimos masculinos.
Naqueles tempos somente aos homens eram atribuídas autorias de hinos, mas este, que ficou conhecido mundialmente foi escrito por uma mulher, a Srª Sarah Flower Adams (1805-1848).
Ela era uma leitora contumaz da Bíblia e a imagem da escada que alcançava o céu, e os anjos que subiam e desciam por ela, a inspirou e resolveu escrever este hino que hoje é universalmente conhecido.
Dizem que, quando os visitantes cristãos visitam a Palestina, em chegando a este lugar, Betel (hoje Bira, um território da Jordânia), param e cantam este hino, evocando os acontecimentos impressionantes experimentados por Jacó. As palavras deste hino tem sido um grande auxílio e um grande conforto para muitos crentes em tempos de dificuldades.
É impossível esquecermos o terrível desastre com o grande transatlântico "TITANIC" nos primeiros anos do século passado. Era a sua viagem inaugural, grandes personagens viajavam nele. Viajava, também, um grupo de peregrinos, crentes da Europa que demandavam a nova terra (EUA). Mais de mil vidas se perderam naquela ocasião.
Já no inicio deste século, no grande desastre do 11 de setembro, reunidos no local onde haviam as torre gêmeas para homenagear as vitimas, grupos de todas as classes sociais representados, cataram juntos esta canção.
Conta se que, quando o grande navio estava soçobrando, tinha se a impressão de que ia haver um pânico geral, porém, a orquestra de bordo começou a tocar o hino "Mais Perto Quero Estar, Meu Deus de Ti" e, imediatamente, foi presenciado um espetáculo comovedor, os crentes e outros tripulantes, dando as mãos uns aos outros, começaram a cantar também o hino à medida que o navio ia se afundando!
A música deste hino foi feita pelo conhecido compositor sacro Lowell Mason, autor de inúmeras outras músicas e que se tornou famoso pelos seus excelentes trabalhos. Durante a sua vida teve muitos cargos de importância e a fundação da Academia de Música de Boston está entre os grandes feito em sua biografia.
Outra curiosidade é que da Irmã Sarah, pouco ou quase nada se sabe além da autoria deste hino.
“Buscai o SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.” Is 55:6




MAIS PERTO QUERO ESTAR

Mais perto quero estar, meu Deus de ti!
Ainda que seja a dor, que me una a ti,
Sempre hei de suplicar mais perto quero estar
Mais perto quero estar, meu Deus de ti!

Andando triste aqui na solidão
Paz e descanso a mim teus braços dão
Nas trevas vou sonhar mais perto quero estar
Mais perto quero estar Meu Deus de ti!

Minh'alma cantará a ti Senhor!
E em Betel alçará padrão de Amor,
Eu sempre hei de rogar mais perto quero estar
Mais perto quero estar, meu Deus de ti!

E quando Cristo, enfim, me vier chamar,
Nos céus, com serafins irei morar
Então me alegrarei perto de ti, meu Rei,
Perto de ti me Rei, meu Deus de ti!